De 29 de outubro a 3 de novembro, a Cia Fragmento de Dança, de São Paulo, apresenta a 4ª edição do Mulheres em Cena. Com proposta de discutir a performatividade do feminino na poesia e na vida, a mostra deste ano reserva os quatro primeiros dias (29/10 a 1/11) para as apresentações de trabalhos de dança, teatro e performance, que exploram materiais autobiográficos e o depoimento como linguagem cênica. Serão dois por noite: quinta e sexta, às 20h e 21h; sábado e domingo, às 19h e 20h (via YouTube). Na segunda e na terça (2 e 3/11), às 19h, as artistas envolvidas se encontram com o público, para um bate-papo on-line pela plataforma Zoom.
Idealizado por Vanessa Macedo, diretora da Fragmento de Dança, o projeto Mulheres em Cena surgiu do desejo de difundir trabalhos concebidos e dançados por artistas mulheres. A primeira edição trouxe criações apenas da própria companhia. A segunda, aconteceu em parceria com a bailarina Lavinia Bizzotto e seu trabalho autoral “A pequena Morte”. A última se deu com a colaboração da atriz e escritora Leticia Bassit, na curadoria e organização da mostra, que reuniu nove mulheres mães, entre bailarinas, atrizes, cantoras e escritoras, em depoimentos performáticos a partir da experiência da maternidade.
Este projeto foi realizado com apoio do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura.
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Mulheres em Cena – 4ª edição
29 de outubro a 3 de novembro de 2020
Apresentações de espetáculos
de 29/10 a 01/11
dois trabalhos por noite, em diferentes horários:
quinta e sexta-feira, às 20h e 21h; sábado e domingo, às 19h e 20h
Transmissão pelo canal do YouTube da Cia Fragmento de Dança – www.youtube.com/ciafragmento2
Bate-papo com as artistas
dias 02 e 03/11, às 19h
Inscrição através do site: www.ciafragmentodedanca.com.br/mulheres-em-cena
ID ZOOM: 860 8763 3817
Classificação etária: 16 anos | Grátis
Informações através do e-mail: producaociafragmento@gmail.com

Programação completa:
29/10 a 1/11 – Espetáculos com transmissão pelo canal do YouTube da Cia Fragmento de Dança – www.youtube.com/ciafragmento2
29/10 (quinta-feira)
20h – Cabra que Lambe Sal – Letícia Bassit
Uma mulher com feições de cabra age e fala dentro de um apartamento sufocante. Não se sabe ao certo se fala consigo mesma, com um homem sem rosto ou seu filho de dois anos que ainda não aprendeu a falar. Tudo o que diz é da ordem do desejo, da pulsão, da falta, da ação. Ação como tentativa de retorno ao que é selvagem. Retorno ao seu próprio corpo enquanto ser desejante e desejada. O que diz é denúncia, transe, alucinação, desejo, memória, revolta, testamento, manifesto. Seu maior desejo é escalar montanhas inimagináveis e lamber o sal que a Terra oferece. Mas o medo do vírus a faz permanecer confinada. Será que em algum momento ela sairá daquele apartamento?
Concepção, atuação e dramaturgia: Letícia Bassit
Direção: Nelson Baskerville
21h – No Baile – Lilian Martins
Inspirado no funk de rua e nos corpos femininos periféricos, “No Baile” traz reflexões, lembranças, vivências, marcas de processos ligados a uma construção pessoal. É a origem do morro entre os pés e o quadril. Cardumes de pessoas, rastros, calos, passos, refúgio, histórias.
Bailarina: Lilian Martins
25 minutos
30/10 (sexta-feira)
20h – A Conquista de Miranda (abertura de processo) – Tati Caltabiano (Petit Comitê)
Criado a partir da experiência da atriz Tatiana Caltabiano de parir de forma natural e domiciliar, o espetáculo “A Conquista de Miranda” apresenta uma crítica à sociedade patriarcal ao trazer à tona o tema das violências obstétricas. Em diálogo com a linguagem da performance, a encenação flui entre o transe de um trabalho de parto e as reflexões sobre os modos de parir, por meio de uma coreografia que revela a potência do corpo feminino no prazer e na dor do parto.
Criação, dramaturgia, direção e atuação Tatiana Caltabiano
30 minutos
21h – RisKo – Morgana Apuama
Por um trajeto de luz, uma mulher negra revive memórias de seus afetos pela cidade e, em meio a este percurso, prossegue (re)descobrindo maneiras de (re)desenhar escolhas. Para dialogar com este novo cenário, ela persiste transitando entre o claro e o escuro, construindo, a seu tempo e sua maneira, novas formas e desenhos em sua corporeidade.
Concepção, Direção, Dança e Light-Painting: Morgana Apuama
Registros Fotográficos Light-Painting: Ilma Guideroli e Fábio Minagawa
Video-Projeção: Padre Art
Trilha Sonora: Tiago Amorim
Iluminação: Gabriella Russo
Operação de Luz: Aline Almeida
Imagens e Edição Vídeo-teaser: Macca
45 minutos

31/10 (sábado)
19h – “RÉS” – Fragmento Performático – Corpórea Companhia de Corpos
“RÉS” tem como temática principal o universo do encarceramento feminino e a vulnerabilidade desse corpo no Brasil. Diante deste contexto, o espetáculo propõe uma análise artística e poética, através de uma produção em dança, sobre as estatísticas que envolvem o sistema de encarceramento em massa.
Concepção e direção: Verônica Santos
Intérpretes – criadoras: Débora Marçal, Malu Avelar e Verônica Santos
Participação no processo criativo: Dandara Gomes
Diretor e produtor musical: Melvin Santhana
Produtor musical e técnico de áudio: Manassés Nóbrega
Preparador do corpo cênico: William Simplício
Provocadores: Dina Alves e William Simplício
Design de luz e operação: Danielle Meireles
Criação de figurino: Débora Marçal e Wellington Adélia
Vídeo – performance: Noelia Nájera
Projeto gráfico: Noelia Nájera
Edição e criação audiovisual: Noelia Nájera
Fotos: Gal Oppido/ Noelia Nájera
Produção Executiva: UTPA
20h – Todos Te Amam Até Você Se Assumir Preta – Coletiva 3 de Nós
Entre a baixada fluminense e a Zona Sul do Rio de Janeiro, a performer Jessica Madona passa a limpo as suas relações interpessoais, quando encara o processo de reconhecimento de sua pretitude.
Argumento, realização e performer: Jessica Madona
Direção: Savina João
Preparação Corporal: Kamilla Neves
25 minutos

01/11 (domingo)
19h – A Última Mulher do Mundo – Patrícia Noronha
“A Última Mulher do Mundo” é um exercício cênico que se iniciou em 2012 e está em constante mutação. É uma investigação cênica na fronteira entre a dança e o teatro, construída a partir da noção do vazio e do tempo suspenso. Há o relato de estupros sofridos pela protagonista, que provoca o embaralhamento do que é real e do que é ficção. Há um cachorrinho que intensifica esse embaralhamento e o viés performativo da cena. Atualmente, o trabalho dialoga imageticamente com este momento em que vivemos de pandemia e isolamento social.
Pesquisa, concepção, figurino, espaço cênico, iluminação e direção: Patrícia Noronha
Performers: Patrícia Noronha e Nick of Spring (o cãozinho)
30 minutos
20h – V A C A – Bruna Betito
(o trabalho terá acesso para 20 pessoas do público que ingressarem em sala do ZOOM com a artista – se inscreva aqui para receber o link www.bit.ly/VACAmulheresemcena)
VACA parte do universo das amantes – ou da condição das amantes ao longo da história: essa figura transgressora e indissociável ao casamento, condenada e sem direito de defesa. É a saga e peregrinação de uma mulher que está em constante busca pela identidade animal a qual foi destinada. O adultério existe desde que o casamento foi inventado. Então, como devemos entender esse tabu consagrado pelo tempo, universalmente proibido e universalmente praticado? Além da referência autobiográfica, a criação inspira-se em autores como Gustave Flaubert (“Madame Bovary”), Elisabeth Abbot (“Amantes: uma história da outra”), Esther Perel (“Casos e Casos”), no universo da mitologia grega, com suas histórias de amor e traição, em especial a história do triângulo Zeus – Hera – Io e na Bíblia, que possui histórias, parábolas e mandamentos muito precisos a respeito deste tema.
Atuação, texto e direção: Bruna Betito
Dramaturgismo: Debora Rebecchi
Orientação cênica: Janaína Leite
Produção: Ana Zumas
40 minutos
2 e 3/11 – Bate-papo com as artistas
Inscrição através do site: www.ciafragmentodedanca.com.br/mulheres-em-cena
ID ZOOM: 860 8763 3817
02/11 (segunda)
19h – Bate-papo com
Letícia Bassit, Lilian Martins, Morgana Apuama e Tatiana Caltabiano
03/11 (terça)
19h – Bate-papo com
Verônica Santos, Jéssica Madona, Patrícia Noronha e Bruna Betito